A mineira Backer, uma das principais protagonistas da ascensão das cervejas especiais do País, está no centro de uma investigação policial deflagrada pela morte e contaminação de consumidores – em uma trama que levanta suspeitas sobre funcionários e concorrentes.
A visibilidade nacional nos últimos dias, que poderia ter ocorrido pela qualidade e crescimento das vendas de seus rótulos, veio de uma forma trágica e desastrosa.
A companhia é investigada pela morte de 3 pessoas que ingeriram a cerveja Belorizontina, que pode ter tido lotes contaminados com monoetilenoglicol e dietilenoglicol, substâncias utilizadas como resfriadores e anticongelantes e que não deveriam ter contato com a água usada na elaboração da bebida.
No total, 17 pessoas tiveram sintomas de intoxicação na capital e em outras cinco cidades mineiras. Exames confirmaram a presença da substância dietilenoglicol no corpo de 4 pacientes.
Os casos estão sendo apurados e foram registrados como síndrome nefroneural, cujos sintomas são náusea, vômito e dor abdominal, associados à insuficiência renal aguda de evolução rápida, com alterações neurológicas.
Após o tumultuado início do caso, porém, a cervejaria Backer apresentou à Justiça um vídeo com um suposto indício de sabotagem nos barris de monoetilenoglicol. O vídeo foi anexado ao pedido da Backer para retomar as atividades na empresa.
A sabotagem seria na composição do monoetilenoglicol, usado pela Backer.
Na substância usada na empresa, nas amostras de cervejas e na água da fábrica foram identificados o dietilenoglicol. Que é apontado pela Polícia Civil de Minas como o causador da síndrome nefroneural.
“O Impetrante juntou aos autos vídeo supostamente contendo indícios de sabotagem nos barris demonoetilenoglicol por ele adquiridos junto ao seu fornecedor. Todavia, não cabe a análise dessa questão na via estreita do mandado de segurança”, diz a Juíza federal substituta Anna Cristina Rocha Gonçalves, na decisão.
Em comunicado oficial sobre a contaminação de seus produtos, a Cervejaria Backer afirma que neste momento “mantém o foco nos pacientes e em seus familiares” e que a empresa “prestará o suporte necessário, mesmo antes de qualquer conclusão sobre o episódio”.
A companhia informa, ainda, que continua colaborando, sem restrições, com as investigações. “A empresa segue apurando internamente o que poderia ter ocorrido com os lotes de cerveja apontados pela Polícia”, afirma o comunicado.
A companhia salienta que solicitou uma perícia independente e aguarda os resultados, apesar das confirmações da contaminação nos tanques por dietilenoglicol pelo Ministério da Agricultura e pela própria auditoria da cervejaria.
As análises completas e detalhadas ainda não foram divulgadas. A empresa reitera que utiliza apenas o agente monoetilenoglicol. E afirmou que vai trocar ou devolver o dinheiro ao consumidor que tiver a Belorizontina de qualquer lote.
E então, o que você acha? Acidente ou sabotagem?
Fontes: IstoÉ Dinheiro, Poder 360, G1e HuffPost Brasil